Thursday, March 08, 2007

Pela madrugada



Eu andava pelas ruas da cidade na inquietude da madrugada em passos rápidos e largos levemente sutis pela embriaguez adquirida nos caóticos bares da cidade.
Bêbados, mendigos, homens de classe, prostitutas, traficantes, patricinhas, bandidos, viciados, fanáticos, playboys, hippies, rockeiros, sambistas e todo tipo de pessoa. Todos dividem as mesmas noites serenas cada qual com sua vidinha.
Eu só andava querendo chegar em casa passando pelo mínimo de situações constragedoras e perigosas pela madrugada.
E cada barulho do meu passo na calçada é como uma pergunta de mim para a rua que responde em silêncio e ar de solidão. São horas que eu tinha vontade de ter o hábito de fumar. Acender um cigarro aquecendo a madrugada e vendo a vida passar mais devagar, ao mesmo tempo em que diminuo o tempo da mesma. Mas como eu não fumava só me restavam as cervejas e os chicletes de menta baratos. Esse negócio todo de chicletes e bebidas já tinha me dado um ínicio de problema com gastrite uns anos atrás. Mas agora eu não ligava mais pra isso.
Passei por uma das ruas movimentadas da madrugada. Numa esquina bichos-grilo dividiam um baseado em extrema comunhão de hábitos e amizade. Na outra garotos ricos ouviam som de um carro do ano e bebiam cervejas e whiskye caros. As diferenças da noite.
Sirenes ecoavam pela madrugada. Filhos batiam carros e pais choravam. Outros filhos entravam em overdoses mas ninguem chorava por eles. A não ser eles mesmos.
E mesmo com tantas diferenças as madrugadas costumam ser sempre iguais.

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