Não via graça em carros, tampouco entendia de modelos e preços do mercado, mas aquele Chevette prata 1989 era especial.
Lembrava-se com orgulho do dia que depois de muito trabalho na época como acessor de escritório e com uma ajuda de sua falecida mãe entraria numa das garagens da área popular de compra, troca e venda de carros da cidade.
Entrou e andou em volta, olhou para cada carro e viu o carro prata reluzente lá no canto.
Andou e pediu para olhar, o fato de já vir com um toca-fitas ajudou bastante, conferiu o estofado já usado a quase dois anos e decidiu, aquele seria seu carro.
Discutiu os preços com o vendedor e estabeleceu um négocio amigavel, pagou-lhe na hora com um cheque orgulhoso de seu suor.
Os primeiros Quilometros foram indescriptiveis. Deu voltas, mecheu em todos acessórios, descobriu todas funções e utilidades, visitou amigos e mostrou para seus pais.
Deslizava pela cidade com uma fita velha dos Rolling Stones no rádio, cantarolava as músicas alto e segurava a direção firme. Sentia que aquele era seu carro e as rodas apontavam firmes para todo movimento de sua mão.
O tempo passou e as finanças melhoraram. Se formou em direito e abriu uma empresa especializada em processos trabalhistas. Ganhou dinheiro possivel para comprar muitos novos carros do ano, e todos o questionavam para trocar, mas não abria mão sequer um minuto.
O chevette era sua paixão e ia continuar com ele para muito tempo.
Viu as coisas piorarem relativamente. Primeiro algumas vendas, depois algumas demissões, logo a falencia e seu desespero. O carro teria que ser vendido para sanar dívidas de aluguel da antiga sede da empresa.
Desesperou-se com a idéia que cada vez tomava mais sentido, os únicos bens que lhe restavam foram o apartamento de classe médio em aréa nobre da cidade e o carro. Ficar sem casa ou sem carro, a indecisão doia a cada dia em sua cabeça.
Chegou o dia decretado de pagar, era coisa grande, judicial. Ou ele pagava em uma semana ou ia ter o nome sujo e bens confiscados. Vendeu o apartamento e sumiu.
Simplesmente entrou no carro, ligou o motor e colocou a mesma fita velha dos Rolling Stones. Dirijiu e desapareceu entre o horizonte da estrada que levava a divisa com outros dois estados. Só deu tempo de ver o prata reluzente brilhando e sumindo la na frente.
Lembrava-se com orgulho do dia que depois de muito trabalho na época como acessor de escritório e com uma ajuda de sua falecida mãe entraria numa das garagens da área popular de compra, troca e venda de carros da cidade.
Entrou e andou em volta, olhou para cada carro e viu o carro prata reluzente lá no canto.
Andou e pediu para olhar, o fato de já vir com um toca-fitas ajudou bastante, conferiu o estofado já usado a quase dois anos e decidiu, aquele seria seu carro.
Discutiu os preços com o vendedor e estabeleceu um négocio amigavel, pagou-lhe na hora com um cheque orgulhoso de seu suor.
Os primeiros Quilometros foram indescriptiveis. Deu voltas, mecheu em todos acessórios, descobriu todas funções e utilidades, visitou amigos e mostrou para seus pais.
Deslizava pela cidade com uma fita velha dos Rolling Stones no rádio, cantarolava as músicas alto e segurava a direção firme. Sentia que aquele era seu carro e as rodas apontavam firmes para todo movimento de sua mão.
O tempo passou e as finanças melhoraram. Se formou em direito e abriu uma empresa especializada em processos trabalhistas. Ganhou dinheiro possivel para comprar muitos novos carros do ano, e todos o questionavam para trocar, mas não abria mão sequer um minuto.
O chevette era sua paixão e ia continuar com ele para muito tempo.
Viu as coisas piorarem relativamente. Primeiro algumas vendas, depois algumas demissões, logo a falencia e seu desespero. O carro teria que ser vendido para sanar dívidas de aluguel da antiga sede da empresa.
Desesperou-se com a idéia que cada vez tomava mais sentido, os únicos bens que lhe restavam foram o apartamento de classe médio em aréa nobre da cidade e o carro. Ficar sem casa ou sem carro, a indecisão doia a cada dia em sua cabeça.
Chegou o dia decretado de pagar, era coisa grande, judicial. Ou ele pagava em uma semana ou ia ter o nome sujo e bens confiscados. Vendeu o apartamento e sumiu.
Simplesmente entrou no carro, ligou o motor e colocou a mesma fita velha dos Rolling Stones. Dirijiu e desapareceu entre o horizonte da estrada que levava a divisa com outros dois estados. Só deu tempo de ver o prata reluzente brilhando e sumindo la na frente.
1 comment:
muito bom texto! parabéns!
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